Autismo e andar nas pontas dos pés
Quadros em que crianças com autismo marcham
nas pontas dos pés são relativamente frequentes e podem ser causadas por
múltiplos fatores, tais como alterações de comportamento, mudanças no
processamento sensorial e modificações no tônus muscular da região da
panturrilha.
Uma equipe interdisciplinar, composta de especialistas de várias áreas, que tenham experiência em transtorno do espectro autista, saberá diferenciar se a marcha nas pontas dos pés é fruto de alguma doença provocada por paralisia cerebral ou apenas uma atitude proveniente de uma alteração no comportamento e/ou no processamento sensorial da criança.
Uma equipe interdisciplinar, composta de especialistas de várias áreas, que tenham experiência em transtorno do espectro autista, saberá diferenciar se a marcha nas pontas dos pés é fruto de alguma doença provocada por paralisia cerebral ou apenas uma atitude proveniente de uma alteração no comportamento e/ou no processamento sensorial da criança.
Os autistas “puros”, ou seja, aqueles que não têm
comorbidades (doenças que ocorrem junto com a deficiência), em geral não
apresentam alterações de tônus muscular. Em quadros assim, é contra-indicada a
prescrição de algum tipo de órtese suropodálica para posicionamento dos pés (as
chamadas goteiras corretivas). O esperado é que em algum momento a criança
desça das pontas dos pés (ao sentar-se ou deitar-se, por exemplo), o que
naturalmente irá alongando a musculatura da panturrilha, contribuindo para
preservar a amplitude do movimento.
A prescrição de órteses, nesses casos,
precisa levar em conta que seu uso pode desencadear outras alterações de
comportamento – a criança pode vir, por exemplo, a se negar a andar sem a
órtese. Nos raros casos em que o uso da goteira é indicado, a orientação interdisciplinar
dirigida aos pais deve destacar aspectos como a apresentação adequada do
equipamento à criança, seu tempo de uso e de descanso e, sobretudo, a previsão
de sua retirada definitiva.
Quando o autista permanece o tempo todo nas pontas dos pés -- o que pode levar a lesões e contraturas musculares sérias nas panturrilhas --, recomenda-se aos pais e/ou cuidadores que tratem o local com massagens, bolsa de água quente e manobras de alongamento, a fim de aliviar a tensão.
Quando o autista permanece o tempo todo nas pontas dos pés -- o que pode levar a lesões e contraturas musculares sérias nas panturrilhas --, recomenda-se aos pais e/ou cuidadores que tratem o local com massagens, bolsa de água quente e manobras de alongamento, a fim de aliviar a tensão.
SCHWARTZMAN, JS, ARAUJO, CA. Transtorno do espectro do autismo. São Paulo:
Memnon, 2011.
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